“Mulheres Serranas é um livro sobre a essência desta terra, que traz narrativas sobre nossos costumes, histórias e memórias.

No ano em que a cidade completa 120 anos, apresentamos esta obra que retrata os lugares, a cultura, a tradição, a inovação e a força das mulheres que formam o coletivo de Mulheres Serranas.

Afinal, o que faz de nós Mulheres Serranas?

É compreensível, que inicialmente o termo Serrana possa ser confundido com o gentilício, como se apenas nascer em São Francisco de Paula bastasse. Penso que ser serrana é bem mais complexo, é um sentimento que nos une.

Há mulheres que carregam o Serrana na certidão de nascimento, há outras que independente do lugar onde nasceram trazem esta cidade no coração, ainda há as serranas de nascimento e de obra.

E todas são Mulheres Serranas.

Porque uma mulher serrana está além do local do gentilício.

É gostar daqui e de nossa gente, é se encantar com nossas belezas naturais, e principalmente é colocar a vontade em ação para promover mudanças e assim contribuir para uma São Chico cada vez melhor.

Ser Serrana é sobreviver ao inverno, quebrando geada para estudar, trabalhar, ou lavar roupa no tanque, com as mãos vermelhas do frio,

Ser Serrana é brincar desde a infância com o ar que se pode ver quando saímos na rua nos dias mais frios,

Ser Serrana é ter vivência no Campo, do banho de rio, arroio ou açude

Ser Serrana é tomar chima no lago e passear na Avenida;

Ser serrana, é saber que vamos pra fora e não pro sítio,

Ser Serrana é ter lembranças dos casarões, da comida da vó, do fogão à lenha, leite de vaca, cuscus, da sapecada de pinhão, da coalhada na queijeira de pedra e saber que dela é feita o queijo serrano.

Ser Serrana é pesquisar sobre nossas águas, rios, peixes e promover sustentabilidade, para preservar nosso habitat.

Ser Serrana traz a importância de todas as histórias e memórias de nossa terra.

Ser Serrana é, quando vemos alguém de nossa terra tendo sucesso, bater no peito e dizer: Eu conheço é de São Chico, minha terra.

Ser Serrana é ser guerreira, altiva e forte.

Ser Serrana é ser hospitaleira e solidária.

Ser serrana é ter respeito pelas pessoas e lugares, mas, principalmente por si mesma;

Ser Serrana é dizer o que pensa, é se impor e nunca aceitar menos do que merece;

Ser Serrana é lutar contra o preconceito;

Ser Serrana é amar viajar, mas se sentir em paz quando volta pra cá, para casa.

Ser Serrana é saber ao menos uma benzedura ou simpatia;

Ser Serrana é se emocionar com o Ronco do Bugio;

Ser Serrana é criar receitas típicas como a torta de pinhão, porque cozinhar é uma forma de amar as pessoas;

Ser Serrana é querer mostrar nossas belezas naturais para turistas do mundo todo;

Ser Serrana é promover o turismo, a cultura, a gastronomia, a arte e assim divulgar São Chico onde quer que vá;

Ser Serrana é saber que esta é a cidade dos apelidos, mas já repararam que nós mulheres somos chamadas pelo nome?

Ser Serrana é ser um pouco Ana Terra, Anita, Amanda, Ariane, Bruna, Cecília, Célia, Cicélia, Clarisse, Cláudia, Elisete, Luzia, Jacira, Lelei, Lilian, Lisandra, Márcia, Maria Eduarda, Maria Lúcia, Maria Rejane, Mariane, Marília, Marina, Patrícia, Rosa, Simone, Vanessa

Ser Serrana é ser matriarcal e amar a família

Ser Serrana é se apaixonar pelo lugar ou por alguém e construir aqui sua família e seu lar;

Ser Serrana é buscar o parentesco com outras Serranas, afinal todo mundo aqui é parente,

Ser Serrana é ter uma ligação forte com São Francisco de Paula.

Ser uma Mulher Serrana está repleto de um significado imaterial, preenchido com a essência de todas nós e de nossas antepassadas.

Para além, é a expressão literária da alma da Mulher Serrana, formada por todas as escritoras desta obra, em uma união que ilumina até a mais fria noite de inverno em São Francisco de Paula.”

Texto de autoria de Mariane Soares

Mulheres Serranas é um livro sobre a essência das Mulheres Serranas, que ilumina até a mais fria noite de inverno em São Francisco de Paula. 

O lançamento desta coletânea está marcado para o sábado, 16/12, às 16h, na Miragem Livraria. E a confraternização acontece às 21h, no Daff Pub (rua Assis Brasil, 116), com show da banda H Barito.