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Coluna da Marta

Marta Schlichting

Amigas Geniais

Outro dia fiz uma postagem nas redes sociais falando das minhas amigas geniais. A inspiração veio a partir da obra da escritora italiana Elena Ferrante – A Amiga Genial – considerado pelo The New York Times, recentemente, como o melhor livro do século XXI.

Sou uma pessoa que sempre cultivou muitas amizades, especialmente com mulheres. Até hoje mantenho proximidade com amigas de infância, da faculdade, de profissão e muitas outras que fui conquistando ao longo do tempo. Inclusive, sou uma espécie de elo entre algumas dessas mulheres que se conheceram através de mim e estabeleceram, também, fortes laços. Não se trata aqui de vaidade, é pura satisfação fazer estas pontes e ampliar as redes que nos sustentam como mulheres em um mundo ainda fortemente regido pelo patriarcado e por injustas desigualdades de gênero.

Aprendi a entender a diversidade das amizades, sem querer que elas me ofereçam um cardápio completo de acolhimento. Tenho as amigas das conversas profundas, as das abobrinhas e risadas cotidianas, as amigas da cultura, as do bar e outras tantas. Aceitar o que cada uma tem para me oferecer foi transformador, porque a expectativa de reunir diferentes perfis em uma só pessoa é fadada à frustração. Por conta disso, não tenho uma melhor amiga, tenho amigas geniais. São elas que trazem leveza à rotina, que escutam meus dramas, que jogam luz sobre as dúvidas existenciais e, especialmente, estão comigo, seja para tomar um cafezinho e falar amenidades ou quando a vida não se apresenta tão generosa.

Nesta homenagem que faço à amizade feminina, preciso confessar que ainda carrego uma pequena exigência. Apesar de ter amigas geniais que moram em outras cidades e até continentes, insisto às que estão próximas que reservem alguns dias por ano para os encontros presenciais. Porque mesmo com as redes sociais, aplicativos de mensagem e áudio, nada – absolutamente nada – substitui o abraço. Talvez eu insista, também, porque sei que com o passar do tempo é comum nos rendermos à zona de conforto que nossa casa representa. Uma zona de conforto que, no fundo, é uma armadilha, uma forma de envelhecermos solitárias, mesmo que o WhatsApp nos pareça suprir nossa necessidade de conexão. E ele é mesmo um recurso prático, mas não é a vida em movimento que os encontros são capazes de nos dar.

Amigas geniais nos lembram que cafeterias, cinemas, bares e viagens estão aí para serem ocupados, em qualquer tempo e em qualquer idade. Aproveitemos!

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Uma grande amiga, jornalista e escritora brilhante, a Helena Terra, publicou uma crônica na  plataforma Sler (www.sler.com.br) que me inspirou

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