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Coluna da Marta

Marta Schlichting

Escolha com consciência

Há pelo menos 15 dias, as notícias que saltam aos olhos dão conta de um Brasil em chamas. Na verdade, nem é preciso acompanhá-las na mídia. Basta olhar para o céu, insistentemente cinza, e para o sol avermelhado, mais parecido com marte. De norte a sul, o corredor de fumaça que varre o país vem provocando impactos graves ao meio ambiente e à saúde humana.  

Não há negacionista climático que consiga argumentar, razoavelmente, sobre o que está acontecendo neste ano. O aquecimento global, que vem provocando uma seca histórica em vários estados do país, encontrou na perversa ação humana de incendiários (sim, já está comprovado) o combustível que faltava. A Amazônia arde, o Pantanal e o Cerrado também. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil registrou 159.411 focos de incêndio entre 1º de janeiro a 9 de setembro deste ano. Um número estarrecedor. Com este cenário, o ar da capital de São Paulo – na última segunda-feira, 9 de setembro – foi o pior do mundo, de acordo com institutos de medição oficiais. E o mais preocupante:  após os incêndios, São Paulo registrou 76 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).  Em Porto Alegre, os casos de SRAG também aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado.

Para os gaúchos, castigados pelas enchentes de maio deste ano, as mudanças climáticas estão presentes nas conversas cotidianas, embora grande parte da população ainda não dê a devida importância ao tema. Entre as ações que estão ao nosso alcance, uma delas desponta como uma oportunidade e tanto: as eleições municipais que se aproximam. Porque se é verdade que cada cidadão precisa, urgentemente, cuidar da nossa casa comum, nossos representantes municipais têm o dever de multiplicar ações em nome do bem-estar de suas comunidades. Nada mais oportuno, então, do que questionar os candidatos à prefeitura e câmara de vereadores sobre suas propostas neste campo. Por exemplo: procure saber o que ele pensa a respeito da redução das taxas de emissão de gases de efeito estufa, proteção de ecossistemas – como rios, oceanos, florestas, mata atlântica, entre outros – que têm papel fundamental no equilíbrio climático. Veja se ele pretende incentivar projetos da chamada energia verde (como a eólica e solar), se dará apoio aos pequenos produtores agrícolas que empregam práticas sustentáveis,  assim como uma série de medidas que promovam mudanças reais neste modelo de produção e consumo que está comprometendo a vida como um todo.

Nossas escolhas determinam o futuro que queremos para nós mesmos, nossos filhos e netos. Escolha com consciência. Só reclamar, não adianta.

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