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Coluna da Gabi

Gabriela Ferreira

A paz é um verbo

A frase do título desta coluna não é minha, é da poeta e ativista pela paz, a nigeriana Maryam Bukar Hassan, que, desde julho é a nova Defensora Global da Paz da ONU. “A paz não é encontrada, é construída. (…) com mãos que antes sabiam lutar, mas agora escolhem acolher.”, diz Maryam.

O Dia Internacional da Paz, 21 de setembro, foi instituído em 1981 pela Organização das Nações Unidas que, neste ano, convida todas as pessoas a refletirem sobre seu papel na construção de um mundo mais pacífico, justo e sustentável. O tema de 2025 — “A paz começa com você” — reforça que cada ação individual pode contribuir para a transformação do todo.

Eu sei, é difícil imaginar que a ação individual possa ter efeitos em uma guerra, das tantas que estão ocorrendo simultaneamente no planeta. E é por isso que a paz não pode ser esperada como um estado—de graça—que chegará em algum momento quando as coisas mudem. É por isso que a paz é um verbo que se conjuga com ação. E lembro aqui de outro poema, a letra da música do Rappa, que diz: “A paz sem voz não é paz, é medo.” A paz é uma construção coletiva, onde cada palavra importa e faz a diferença no caminho; é uma jornada, quase sempre em trilhas difíceis, da qual não podemos nos excluir porque, volta a poeta, “A paz não é o silêncio forçado nas bocas das pessoas.”

Não pode existir paz sem desenvolvimento sustentável, como este não pode ser construído sem paz. Não é à toa que os 5 Ps da Agenda 2030, que são os pilares que norteiam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), para alcançar um futuro mais justo e sustentável, são Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias. Eles definem que a ação deve se concentrar na dignidade e bem-estar das pessoas, na proteção do ambiente natural, no crescimento econômico inclusivo, na construção de sociedades pacíficas e na colaboração global. Precisamos de um planeta vivo, onde as pessoas possam, mais do que sobreviver, ter prosperidade. E isso somente vai acontecer por meio de parcerias—entre pessoas, empresas, países—e viabilizado pela paz.

Temos que agir em relação à crise climática e seus eventos extremos, como secas, enchentes e ondas de calor, que destroem regiões inteiras e muitos sonhos. Temos que trabalhar pela inclusão econômica, garantindo dignidade para todas as pessoas. Temos que usar nossa voz e nossas ações para que o diálogo e a participação democrática sejam realidade, para que exista diversidade e justiça social em todos os lugares.

“A paz não se encontra, constrói-se.”, E, voltando ao Rappa, “não me deixe sentar na poltrona no dia de domingo”. Não sozinha, pelo menos. Vamos junt@s?

 

Para saber mais: 

O poema de Maryam Bukar Hassan pode ser encontrado, na íntegra, aqui: https://brasil.un.org/sites/default/files/2025-08/WPS%20poema%20PDF%20-%20Redimensionado.pdf

Aqui você pode saber mais sobre a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: https://brasil.un.org/pt-br/91863-agenda-2030-para-o-desenvolvimento-sustent%C3%A1vel

 

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