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Coluna da Gabi

Gabriela Ferreira

Você é sustentável?

Aquecimento global, falta de acesso a direitos civis e derretimento de geleiras: isso diz alguma coisa para você? E aumento do preço dos alimentos, violência urbana e doenças causadas por vírus? Certamente estes assuntos estão mais perto da nossa realidade, mas, devo dizer, são problemas que fazem parte das consequências da primeira lista.

Vivemos uma crise de sustentabilidade, que é global e não é nova. A preocupação com os efeitos do aquecimento global iniciou já no final do século XIX. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês) das Nações Unidas foi criado em 1988 e publicou o primeiro relatório sobre o assunto dois anos depois. E, mesmo sendo o tema tratado com base em resultados de pesquisas científicas, houve um tempo em que pensar em sustentabilidade era coisa de hippies abraçadores de árvores. Na verdade, inacreditavelmente, ainda tem quem pense assim.

E qual é a realidade? No Brasil, estima-se que os prejuízos causados pelas mudanças climáticas já chegam a R$ 13 bilhões anuais. Segundo estudo da Universidade de Cambridge, as ações de mitigação e adaptação necessárias para conter o aquecimento global custariam entre 1% e 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta acumulado até 2100. Enquanto isso, o custo de não fazer nada—e manter o mundo no caminho de um aumento da temperatura média em torno de 3 °C—pode chegar a 27% do PIB global no mesmo período. Ou seja: além do planeta, todas as pessoas e negócios serão afetados. Talvez os hippies sejam os menos prejudicados.

A dimensão do problema é tão grande que alguns optam por negá-lo. Mas, e nós que queremos continuar sobrevivendo, o que podemos fazer? A resposta é simplesmente complexa: praticar a nossa cidadania. E o que significa, neste caso, exercer nossos direitos e deveres em um determinado território? Primeiro, entender que nosso dever de manter o Planeta Terra habitável é, na verdade, a única forma de exercitar nosso direito de nele viver. Sendo bem realista: se não o fizermos, não estaremos aqui, como espécie, para contar a história.

Segundo, identificar as ações, hábitos e atitudes que devemos ter—e, especialmente, as que devemos abandonar—para ser sustentáveis. Os 5 Rs da sustentabilidade são um excelente começo individual: Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar em cada momento do nosso consumo é necessário e poderoso. E, é preciso que se diga, isso não se refere somente à dimensão ambiental e a produtos tangíveis. É fundamental atentar para as informações que consumimos, a forma como tratamos as pessoas e os pensamentos que deixamos que povoem a nossa mente.

A sustentabilidade é um conceito tridimensional: para ser sustentável, um país, um negócio e uma pessoa devem sê-lo do ponto de vista ambiental, social e econômico. Qual é o problema desde sempre? O econômico cresceu às custas do social e do ambiental, e por isso chegamos a este ponto. E, para buscar retomar o equilíbrio necessário, existe mais uma ação individual que é fundamental: as nossas escolhas em relação a quem damos nosso dinheiro e nosso voto. O coletivo é a única forma de realmente resolver o problema, mas ela passa por nossas escolhas. Qual é a sua?

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