Quem escreve sabe que o ofício é solitário. A escritora e o papel. A jornalista e a tela do computador. Até aí tudo bem, porque quem escreve precisa de foco, precisa pesquisar e estudar. Não tô falando de silêncio, mas principalmente de foco. Mas muitas vezes, as palavras que exigem hiper concentração trazem junto também um sentimento de solidão.
Com quem se fala sobre o que se escreve? Que horas vai chegar a primeira mensagem, depois do texto publicado? As pessoas estão lendo ou eu tô sozinha nessa história?
Quem escreve sempre se pergunta isso. Tô aqui esperando a reunião com a editora que irá publicar minha primeira novela, ou meu primeiro pequeno romance, e aproveitei para escrever sobre esta sensação de estar sempre só, inclusive na escuta, na troca. Já me sinto assim em relação à coluna, imagina como vou ficar em relação ao livro? Vocês escrevem para os escritores que lêem?
Por falar em livro publicado, sábado (09/08) fui no lançamento da coletânea de Crônicas da Serra Gaúcha, em Caxias do Sul, com coordenação da Liddo Editora (ou Dinarte Albuquerque Filho) e BAG Consultoria em Comunicação (ou Igor Luchese). O livro é um projeto que contempla a divulgação de autores convidados da Serra Gaúcha e suas obras. A ideia central é mostrar a qualidade dos escritores e servirá como uma degustação para que os leitores possam fazer suas futuras escolhas e aquisições do autor que mais lhe agradar. E eu tô lá. Somos 32 ou 33 escritores e escritoras. Só tem gente boa como a Tânia Pereira, a Bel Porazza, a Alessandra Rech e o Marcelo Mugnol.
Fiquei olhando aquele monte de gente autografando, conversando e me perguntei se eles se sentiam sozinhos quando escreviam. O pessoal estava animado. Foi legal. Não trocamos muitas ideias, porque o movimento estava grande, mas ver que as pessoas que escrevem, também conversam e dão risada me fez muito bem.
Talvez eu esteja num momento meio “down”, daqueles em que a gente acha que a vida tá meio sem ritmo. Não sei bem. Acho que é só uma dúvida mesmo, afinal quem lê esta coluna?