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Coluna da Paty

Patrícia Viale

Um ano após enchente e o quê mudamos?

Qual cenário é necessário para provocar uma mudança de comportamento entre as pessoas? E o que seria uma mudança comportamental necessária? O mundo está enfrentando um aumento preocupante nas temperaturas globais, com o ano de 2024 sendo o mais quente já registrado. Este aquecimento, impulsionado pelas emissões de gases de efeito estufa, já apresenta consequências devastadoras, como o derretimento das calotas polares, o aumento do nível do mar, eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos, e a perda de biodiversidade. 

E quem entende isto? Poucas pessoas. Talvez somente as pessoas que compreendem a interligação de todas as vidas neste planeta Terra. E como se percebe esta interligação? Pessoas que se abrem para o diálogo, pessoas que aceitam rever métodos de produção. Mas a mudança mais necessária, atualmente, é darmos mais valor para a vida, do que para o dinheiro.

A Grande Enchente do Rio Grande do Sul está completando um ano. Uma centena de pessoas ainda vivem em abrigos. As casas de bombas, em Porto Alegre, não receberam a manutenção necessária. Os cachorros salvos na enchente ainda estão vivendo, em correntes, nos abrigos. Muitos negócios não conseguiram abrir novamente. A saúde mental de milhares de pessoas está completamente comprometida.

As chuvas voltarão. Cientistas alertam, há anos, que o planeta está se aproximando de “pontos de não retorno” no aquecimento global, onde certas mudanças climáticas podem se tornar irreversíveis, mesmo com futuras intervenções para reduzir emissões. Ah! Patrícia, mas como tu é alarmista!, dirão alguns. Ah! Patrícia, precisamos rever a vida que deixaremos para as próximas gerações, dirão outros. A nossa capacidade de mudar, alterar, modificar algo está intimamente ligada com a nossa consciência. Consciência do outro, empatia pela dor alheia, preocupação com todos nós. E quando falamos de “nós”, também falamos de animais, domésticos, de criação ou silvestres. Também falamos de pequenos jardins, hortas urbanas, florestas, campos, rios, montanhas e oceanos. Consequentemente destacamos que somos feitos de crianças, adolescentes, adultos e velhos, homens, mulheres, etnias diferenciadas. A vida é feita de várias caras, cores e identidades. Pecado é limitarmos algo tão grandioso a um conceito tão restrito, de poucas linhas.

Não mudamos neste último ano, mas ainda podemos reverter este cenário.

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