Quem acompanha minhas redes sociais sabe que, recentemente, um cachorro da raça pitbull se soltou da guia de passeio, aqui no lago São Bernardo, e atacou o Pitoco, um cão comunitário, que mora nos arredores do lago. O susto foi grande e Pitoco, este cachorrinho baixote e simpático, felizmente teve poucos ferimentos.
O episódio, acontecido num final de tarde de verão, quando o local está cheio de crianças e tutores, que passeiam com seus cachorros, poderia ter sido pior. Existe uma lei municipal de 2019, onde é dito que para conduzir cães em via pública, em logradouros e em locais de acesso público, é necessário uso de focinheira para cães mordedores compulsivos, agressivos ou de grande porte.
As leis existem. O que não existe é a tal responsabilidade social, aquela que cada um de nós tem que ter, para que aja uma convivência entre tantas pessoas. Viver em uma comunidade, sociedade ou grupo social não é tarefa fácil. Precisamos saber dos nossos direitos sim, mas necessitamos ter responsabilidade diante dos nossos deveres. Todos somos livres para viver, mas temos o dever de sermos responsáveis e não proporcionar riscos para outros. O tutor deste pitbull deveria estar realizando este passeio com o seu cão utilizando uma focinheira. Ponto. Não existe debate nesta questão. Existe lei para ser cumprida.
Existem outras questões, como pessoas, que se manifestaram dizendo que há um grande preconceito contra pitbulls, porque esta não é uma raça agressiva. Cachorros se tornam brabos quando são feridos, maltratados. Eles reagem à maldade provocada pelo ser humano, que insiste no jogo de dominação, achando que dominar é a melhor estratégia para viver. Pitbulls até hoje são explorados por humanos em rinhas e quem não gosta deste cenário deveria ser ético e denunciar estes lugares de atrocidades e não somente se defender em discursos teóricos. A discussão aqui não é por achismos, mas pelo cumprimento da legislação. Existe uma lei municipal que diz que, na condução de cães agressivos, em lugares públicos, se faz necessário o uso de focinheira. Ponto final.
Talvez o que mereça um debate é a dificuldade de algumas pessoas, em seguirem leis, que beneficiam muitas outras pessoas. Vivemos em sociedade e é preciso pensar no bem estar de muitos, não somente de um pequeno grupo.
Enquanto nos ajustamos entre discussões de egos, Pitoco foi medicado, castrado e ganhou uma casa. Ele foi adotado por uma moradora do lago São Bernardo e terá uma vida nova. Estamos contatando os amigos, que se ofereceram para ajudar nas despesas do pequeno guerreiro. A vida segue neste verão de 2025, mas poderia vir acompanhada de mais consciência social e empatia pelos outros.