Não sei se já perceberam, especialmente os mais ligados às coisas do zodíaco, que de seus doze signos, mais da metade são representados por animais. Relembrando: o carneiro, também conhecido como áries; o touro; o caranguejo (câncer para os intimos); o leão; o escorpião; o capricórnio e o peixe.
Pessoalmente, sempre nutri curiosidade do porquê da ligação entre estes animais e o destino das pessoas, classificadas em função da rotação da terra, dos astros e consequentemente, das datas de nascimento. Eu mesmo vim ao mundo no início de março, portanto sou da turma dos piscianos, último signo da série. A curiosidade, e aí está a primeira coincidência entre mim e o peixe, me levou a mergulhar (sic) nas profundezas do Zodíaco e fiquei, ao mesmo tempo, surpreso e orgulhoso. Vou contar por quê. Reza a lenda que os nativos de peixes já passaram por todos os outros signos em encarnações passadas. Um a um. Esse passeio pode ter levado séculos, uma vez que cada etapa tem uma série de exigências para progredir dentro do processo de desenvolvimento humano/espiritual. Como um vestibular no final de cada período. Aprovado passa, reprovado repete. Considerando naturalmente que se acredite em reencarnação. Eu acredito. Os piscianos, em princípio, sempre acreditam. Somos meio tolos em meio a tantos espertos neste mundo de Deus.
Então, um pisciano passou por tudo nesta e em vidas passadas. E para interromper as exaustivas idas e vindas à terra, precisa encerrar o ciclo com a tarefa completa. O trajeto exigiria a exploração dos sentimentos a fundo perdido, a felicidade e o sofrer intensos, fazer o bem com naturalidade e amar o próximo sem limtes. Se não se comportar bem, mais uma reencarnação será necessária, como pisciano novamente, até completar o serviço e, aí sim, partir para a eterindade. Fico aqui matutando pra saber o que falta e dar o meu melhor, como dizem os futebolistas nas entrevistas pré-jogos, para conquistar o paraíso.
Num exercicio rápido, vou servir como exemplo da ligação entre o animal e o respectivo signo. O peixe é um curioso e “morre pela boca”, como diz o ditado. O pisciano aqui também. Falo demais, me exponho escancaradamente.
Voce não pode pegar um peixe com as mãos em seu habitat. Ele será ágil e escorregadio. Eu também e isto tem se manifestado nas diversas vezes que escapuli de relações tóxicas e inadequadas. Você pega um peixe com a mão, ele finge que morreu e quando você abre, ele escapa rumo a liberdade. Me too. O peixe vive na água e eu amo a água. Sou um habitante da montanha que sonha com o mar.
Eu não gosto de pescar, não como peixe e nem o teria aprisionado dentro de um aquáro. Tenho a íntima sensação de que faria um semelhante sofrer, coisa que sou incapaz de cometer. Um peixe fora d’água se revolta antes de morrer. Eu sofro demais longe do meu ambiente e das pessoas que amo. A solidão pra mim é como a falta d’água para o peixe. Me rebelo, protesto e luto para me manter vivo.
Na verdade, a vida junto aos que amo é como a do peixe dentro dágua, cumprindo com a missão de ser feliz, fazendo o bem e, como acredito em Deus e na reencarnação, me preparando para o vestibular final de acesso ao paraíso. Para o descanso final.