Recentemente, moradores de diversas regiões do Brasil têm observado um céu tingido de laranja e um sol com tonalidades avermelhadas. Essas imagens podem ser visualmente impressionantes, mas na verdade são alarmantes indícios da poluição atmosférica, provocada por queimadas na região norte, centro oeste e sudeste. Aqui no sul, as consequências, destas queimadas, são dias com o céu exibindo um aspecto nublado e acinzentado.
Esse fenômeno é resultado da formação de uma pluma de fumaça proveniente de incêndios florestais. Essa pluma, situada a aproximadamente 1.500 metros de altitude, impede a passagem direta dos raios solares, criando um efeito de “espelhamento”. A luz solar se dispersa nas partículas de fuligem presentes na atmosfera, resultando na coloração avermelhada do sol, especialmente durante o amanhecer e o entardecer. No Rio Grande do Sul, essa alteração no céu tem sido notável, mesmo na ausência de nuvens e com temperaturas elevadas. A fumaça não apenas diminui a intensidade da luz solar, mas também compromete a qualidade do ar, gerando riscos à saúde pública.
Na falta de comprometimento político e moral com o meio ambiente, vamos decaindo como população e como pátria, palavra tão valorizada nos últimos anos, mas tão desrespeitada na vida real. Na dificuldade de respeitarmos o ambiente natural, vamos nos matando como seres humanos. Aulas estão sendo suspensas porque o fogo já chegou perto das escolas e das universidades. Hospitais estão lotados com pessoas sofrendo com problemas respiratórios. Animais morrem queimados, inclusive o gado de criação. As pessoas, que colocam fogo para limpar terreno ou para marcarem posições ideológicas e políticas, são responsáveis SIM pelo cenário atual. A previsão de seca já estava anunciada. Riscar o palito de fósforo, numa situação desta, é assinar atestado de tragédia. Mas mais uma vez muitos sofrem pelos atos de poucos.
Ainda chegará o dia em que conseguiremos entender que todos nós estamos interligados, natureza e seres humanos. Só receio não ter mais ponto de volta.